RELAÇÃO ENTRE TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL E NECESSIDADE DE TRATAMENTOS ESTÉTICOS: REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

Objetivo: destacar a relação entre o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) de alta prevalência e os procedimentos estéticos faciais por meio de uma revisão sistemática da literatura. Métodos: A busca nas bases PubMed, SciELO, ScienceDirect e BVS ocorreu em 19/08/2023. Foram usados os termos Mesh/Decs na PubMed, ScienceDirect e BVS/Medline: Body Dysmorphic Disorder, Aesthetic Procedures, Face e diagnosis. Na SciELO: Transtorno Dismórfico Corporal, Procedimentos Estéticos, Insatisfação Corporal, Imagem Corporal e Cirurgia Plástica. Na PubMed obtiveram-se 15 resultados, destes 6 foram eleitos. Na SciELO uma busca nos últimos 4 anos obteve 4 resultados, destes 3 foram eleitos. Na ScienceDirect nos últimos 10 anos para arquivos de acesso livre foram obtidos 47 resultados, destes foram eleitos 12. Na BVS obteve 35 resultados e 8 foram eleitos. Somando os registros eleitos resultou em 29 e por 8 registros aparecem em mais de uma base apenas 21 foram usados na síntese.  Resultados: O lapso temporal entre os 21 artigos eleitos para síntese foi de 8 anos compreendendo artigos publicados entre 2016 e 2023. O número de participantes nos 21 registros foi de 3,163, cinco artigos (23,8%) não mencionaram o gênero dos participantes, quatro artigos (19%) o total dos participantes era do gênero feminino. A síntese mostrou que dentre as medidas usadas as mais frequentes foram os questionários ⁶BDD-YBOCS, ¹⁴BDDE e ¹⁴BDDE. A prevalência estimada de TDC na população geral foi entre 1% e 2,5%.  A prevalência entre adolescentes é um pouco mais alta podendo chegar a 3,6%. Quatro dos artigos (19%) não fizeram menção quanto à prevalência na população geral e três deles apresentaram a prevalência estimada em adolescentes. Conclusão: os profissionais de estética devem estar cientes de que o TDC é uma contra-indicação à realização de tratamentos estéticos. Estes pacientes têm forte tendência de ocultar a natureza de seu desejo e se submetem a qualquer procedimento. A abordagem multidisciplinar pode instituir o diagnóstico precoce evitando insatisfação com o resultado, comportamentos violentos contra o profissional e ações judiciais. O diagnóstico e a terapêutica cabem aos profissionais da psicologia e psiquiatria.